quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Blogs: Resistência ou Mercadoria?

Em que medida os blogs se apresentam como a possibilidade de dar voz àqueles que assumiam o simples papel de receptores passivos dentro do processo comunicacional?

É desnecessário afirmar que a internet contribui para uma prática demasiadamente colaborativa na construção de conteúdo e opinião. Porém, se faz necessária a elevação da importância do receptor, pois é ele que ao expressar-se, dará novos subsídios para que se produza uma comunicação mais eficaz por parte, por exemplo, das organizações.

Do ponto de vista do receptor, os blogs são uma vontade quase que sufocante de colocar para fora suas angústias. É mais um problema que ocupa a atenção dos homens e que freqüentemente muda de acordo com as demandas da economia, sociedade e, em nosso tempo, da tecnologia.

Não existe a menor possibilidade de fuga. Ao se estabelecer qualquer posição crítica quanto aos modelos de manutenção da ordem, essa postura se manterá apenas como disfunção ou a lógica do mercado automaticamente devolverá à sua posição.

Nesse caso, o blog nasce como uma disfunção clara do modelo estabelecido, porém quando alcança certo status passa a usá-lo, por exemplo, como espaço comercial retomando à lógica mercadológica.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Agenda Setting: A Mídia pautando o assunto do "momento"



O grupo ativista Yes Men distribuiu 1,5 milhão de cópias falsas do New York Times em Nova York e em Los Angeles.

O jornal tem data de 4 de julho de 2009 e traz a manchete: Acaba a Guerra do Iraque. Outras notícias como o tesouro norte-americano anunciando um plano de impostos sensato, o ato patriota sendo revogado e George W. Bush sendo julgado por crimes de guerra podem ser lidas na edição futurista.

A circulação é quase a mesma do New York Times de verdade, o grupo contou com um exército de voluntários para distribuir os jornais. A preparação foi feita por códigos, e os Yes Men criaram dois sites, um para a operação e outro com um time de advogados para liberar rapidamente o distribuidor que fosse preso pela polícia.

Notícia divulgada no site http://www.uol.com.br/ no dia 12/11/2008 e comentada por mim neste blog.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Gênesis e o Marketing Político



1 - No princípio criou Deus os céus e a terra.
2 - E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.
3 - E disse Deus: Haja luz; e houve luz.
4 - E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas.
5 - E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro.
6 - E disse Deus: Haja uma expansão no meio das águas, e haja separação entre águas e águas.
7 - E fez Deus a expansão, e fez separação entre as águas que estavam debaixo da expansão e as águas que estavam sobre a expansão; e assim foi.
8 - E chamou Deus à expansão Céus, e foi a tarde e a manhã, o dia segundo.
9 - E disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar; e apareça a porção seca; e assim foi.
10 - E chamou Deus à porção seca Terra; e ao ajuntamento das águas chamou Mares; e viu Deus que era bom.
11 - E disse Deus: Produza a terra erva verde, erva que dê semente, árvore frutífera que dê fruto segundo a sua espécie, cuja semente está nela sobre a terra; e assim foi.
12 - E a terra produziu erva, erva dando semente conforme a sua espécie, e a árvore frutífera, cuja semente está nela conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom.
13 - E foi a tarde e a manhã, o dia terceiro.
14 - E disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos.
15 - E sejam para luminares na expansão dos céus, para iluminar a terra; e assim foi.
16 - E fez Deus os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; e fez as estrelas.
17 - E Deus os pôs na expansão dos céus para iluminar a terra,
18 - E para governar o dia e a noite, e para fazer separação entre a luz e as trevas; e viu Deus que era bom.
19 - E foi a tarde e a manhã, o dia quarto.
20 - E disse Deus: Produzam as águas abundantemente répteis de alma vivente; e voem as aves sobre a face da expansão dos céus.
21 - E Deus criou as grandes baleias, e todo o réptil de alma vivente que as águas abundantemente produziram conforme as suas espécies; e toda a ave de asas conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom.
22 - E Deus os abençoou, dizendo: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei as águas nos mares; e as aves se multipliquem na terra.
23 - E foi a tarde e a manhã, o dia quinto.
24 - E disse Deus: Produza a terra alma vivente conforme a sua espécie; gado, e répteis e feras da terra conforme a sua espécie; e assim foi.
25 - E fez Deus as feras da terra conforme a sua espécie, e o gado conforme a sua espécie, e todo o réptil da terra conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom.
26 - E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra.
27 - E criou Deus o homem à sua imagem: à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.
28 - E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.
29 - E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda a erva que dê semente, que está sobre a face de toda a terra; e toda a árvore, em que há fruto que dê semente, ser-vos-á para mantimento.
30 - E a todo o animal da terra, e a toda a ave dos céus, e a todo o réptil da terra, em que há alma vivente, toda a erva verde será para mantimento; e assim foi.
31 - E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã, o dia sexto.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Cidadão Kane: Análise para o Seminário de Mídia e Poder

Cidadão Kane marcou sua época devido às inovações, sobretudo nas técnicas narrativas e nos enquadramentos cinematográficos. O filme começa com o protagonista já morto, mudando-se a cronologia dos fatos. E a cenografia mostra pela primeira vez o teto dos ambientes.

Dotado de uma postura agressiva e altas doses de sensacionalismo atrai estrelas dos veículos concorrentes praticando salários maiores, tornando-se homem de mídia.

Idealismo, espírito de iniciativa, fama, dinheiro, poder, mulheres, imortalidade e decadência fazem parte da carga dramática do personagem. Ilustra os ídolos que surgem no atual cenário mundial, principalmente americano, e que pela imaturidade e fama repentina, rapidamente calham em declínio de imagem e moraram no consciente coletivo como ídolos de uma geração sem referenciais.

A história é contada por um jornalista que reconstrói a vida do empresário Charles Foster Kane. Esse jornalista passa o filme todo tentando descobrir o significado da palavra “Rosebud” dita pelo senhor Kane no momento de sua morte.

Ao assistir o filme percebe-se que quando o senhor Kane morre, ele está sozinho em sua sala não podendo ser ouvido por ninguém. Porém, o jornalista usa a palavra possivelmente dita pelo magnata da mídia como algo que ele persegue insistentemente tentando descobrir seu significado.

O fato existiu para os que estão assistindo ao filme, mas para os personagens da trama não seria possível saber se esse momento ocorreu ou não. Ao agendar sua pauta baseada nesse fato, se cria várias possibilidades para que outras pessoas possam fazer suas conclusões sobre a vida tão polêmica do personagem.

Nesse sentido cabe um link com o termo Agenda Setting, formulado por Maxwell McCombs e Donald Shaw, que diz que a mídia determina a pauta para a opinião pública ao destacar determinados temas e preferir ofuscar ou ignorar outros tantos.